
Continuando o destaque ao IndieLisboa 2006, apresento-vos a crítica a um filme que terá a sua antestreia no festival lisboeta.
Escrito pelo músico Nick Cave, The Proposition é uma lição para os americanos de como se pode pegar num género seu e torná-lo num grande filme. Os westerns foram o ex-libris do cinema americano, aqui, numa parceria da Australia com o Reino Unido, John Hillcoat realiza um filme que mostra que o género não está morto, nem vive só de tendências homossexuais.
Uma história de vingança, de amor, de violência... Porque estes condimentos existem em todas as grandes histórias. Aqui andam de mãos dadas, completam-se e complementam-se, num cenário sujo, cansado e, ao mesmo tempo, infinitamente belo. Um trabalho magnífico de Benoît Delhomme como director de fotografia.
O elenco não podia estar melhor, desde o ar desgastado de Guy Pearce (longe do seu amnésico papel em memento) passando pelo surpreendente Ray Winstone e pela magnífica Emily Watson, até ao curto, mas intenso, papel de John Hurt. Cada um trouxe um pouco da sua forma de exprimir a dor e conseguiram a proeza de fazer com que nós também a sentíssemos com a mesma intensidade.
A música é significativamente importante, não fosse o argumentista um dos músicos mais influentes da sua geração, e chega mesmo a ser fundamental para dar sentido a algumas das cenas ao longo de todo o filme. Nick Cave e Warren Ellis compõem uma das mais intensas bandas sonoras que alguma vez escutei.
Finalmente, John Hillcoat, aparentemente desconhecido, revela-se um génio atrás das câmeras com planos de uma subtileza impressionante e movimentos de uma simplicidade certeira.
Como já referi, a antestreia de The Proposition será no IndieLisboa 2006, dia 27, às 21:30h, no Fórum Lisboa. Não percam.  A minha classificação é de: 9/10Etiquetas: Criticas |